segunda-feira, 5 de abril de 2010

A maior crise desde 1929 ?

A crise global de 2008 foi classificada por uma série de sábios econômicos como a pior desde 1929, e não foram poucos que previram que seus efeitos poderiam durar anos, com consequências nefastas sobre as economias da maioria dos países, Brasil inclusive. Qualquer previsão contrária, foi tratada com descrédito, assim como as que alertaram para a crise antes de sua explosão.

Bem, os fatos mostram que a histeria não costuma ser boa analista econômica, embora faça parte da Humanidade, economistas e jornalistas econômicos inclusos. O quadro dos mercados hoje é um bom exemplo. Os investidores saíram às compras em quase todo o mundo - os mercados europeus não funcionaram - repercutindo uma sequência de bons números da economia americana. A bolsa brasileira pegou carona na onda e emendou o seu sexto dia consecutivo com valorização das ações, batendo o seu nível de preços mais alto desde 2 de junho de 2008, data anterior à pior fase da crise mundial. E nesse patamar, a Bolsa brasileira se encontra a um salto de apenas 3,1% de seu patamar recorde.

O Ibovespa fechou com alta 0,22%. aos 71.289 pontos. O nível histórico desse índice é de 73.516 pontos, registrado em 20 de maio de 2008, pouco depois do país ter sido alçado ao nível de "grau de investimento". O giro financeiro foi de R$ 5,27 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York subiu 0,43%.

Mas os problemas que geraram a crise de 2008 - com os EUA à frente - continuam no mesmo lugar e os dados ainda não são consistentes sobre uma recuperação. A União Européia vai mesmo ter que ajudar a Grécia, mas não se sabe que pode ser o próximo a precisar de socorro.

E o Brasil ? A economia brasileira parece que não sofrerá grandes solavancos neste ano eleitoral - alguém arriscaria uma análise sobre diferenças radicais nos programas econômicos de Dilma e Serra ? Se petróleo e minério continuarem em alta, dificilmente a bolsa brasileira, por conta do peso de Petrobras e Vale, não permanecerá num patamar positivo.

De qualquer forma, não há nada no cenário que lembre os terríveis anos 30 que precederam a quebra das bolsas em 29. O momento de histeria foi-se, mas seria bom para todo mundo enterrar a euforia ilimitada que assolou os mercados até metade de 2008. Parece que foi ontem. E foi mesmo.

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