quarta-feira, 28 de abril de 2010

Deu a lógica no Copom: veremos o efeito do aperto


Deu a lógica na reunião do Copom: a taxa Selic subiu 0,75 ponto e agora está em 9,5% ao ano. Já abordamos na postagem desta terça-feira o teor da política monetária adotada pelo Banco Central e a ausência de alternativas realistas para o controle da inflação no Brasil. Portanto, agora nos resta acompanhar os efeitos da decisão do BC nos índices inflacionários e,claro, no crescimento econômico. Seguem abaixo alguns indicadores divulgados nesta semana que podem servir de parâmetro do nível do desaquecimento da economia provocado pelo BC nos próximos meses. Sem juízo de valor, é para isso que serve o aumento dos juros básicos e nada indica que a política de aperto monetário vai se encerrar aqui.

1) O Indicador de Nível de Atividade (INA) das indústrias paulistas mostrou elevação de 18% em março ante fevereiro nos dados sem ajuste sazonal, a maior variação para o mês desde 2004. Com ajuste, houve alta de 2,8%. Já no primeiro trimestre, a expansão foi de 18,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, apresentando o melhor desempenho da série histórica, iniciada em junho de 2001. Dos 17 setores analisados pela Fiesp, 11 já estão acima do nível pré-crise. Em fevereiro, eram apenas seis. Na média, a atividade ainda está 0,9% abaixo daquela registrada em setembro de 2008, mas a previsão é que o INA retorne ao mesmo patamar já neste mês. Anteriormente, a Fiesp estimava que isso ocorreria apenas em maio.

2) A indústria brasileira apresentou indicadores de alta em março na comparação com os dois primeiros meses do ano, conforme os das Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado trouxe o nível de emprego industrial no trimestre para o maior patamar desde o terceiro trimestre de 2004. A sondagem mostra que o emprego na indústria alcançou 55,5 pontos no primeiro trimestre, o que representa 2,4 pontos acima do registrado no primeiro trimestre de 2008, antes da crise global se acentuar e atingir o Brasil.

3) As vendas deflacionadas de materiais de construção no Brasil avançaram 25,87% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com fevereiro, a alta foi de 22,67%. No acumulado dos últimos 12 meses, porém, houve queda de 4,89%, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).

4) As vendas reais dos supermercados brasileiros em março cresceram 10,42% na comparação com o mesmo mês de 2009. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em relação a fevereiro, a alta foi de 10,16%. Já no trimestre houve elevação de 8,61% ante os três primeiros meses do ano passado.

5) O banco Bradesco fechou o primeiro trimestre de 2010 com o maior lucro da historia entre bancos privados de capital aberto no Brasil, de acordo com pesquisa da Economática. O resultado, de R$ 2,103 bilhões, ficou abaixo somente do lucro do Banco do Brasil nos anos de 2008 e 2006, de R$ 2,347 bilhões e R$ 2,343 bilhões, respectivamente. Tradicionalmente a política de juros alto aceleram os lucros do sistema financeiro do País.

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