sexta-feira, 29 de outubro de 2010

São Vicente espera salto no IDH com investimentos em saneamento

Paulo Fortuna
Para o Valor, de São Paulo

Primeira cidade a ser fundada no Brasil, São Vicente foi eclipsada ao longo dos anos pela vizinha Santos, maior e mais conhecida. Na área de saneamento, não é diferente. Enquanto Santos ocupa um honroso quinto lugar no ranking do setor elaborado pelo Instituto Trata Brasil com 81 cidades com mais de 300 mil habitantes, São Vicente fica no meio da tabela, em 29º lugar, ganhando apenas uma posição em relação ao anterior. Mas a prefeitura vincentina promete que até o final de 2011 vai ao menos empatar esse jogo.

A maior aposta é na ampliação da Estação de Pré-Condicionamento de Esgotos do José Menino da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que é responsável pelo tratamento e envio ao Emissário Submarino dos esgotos coletados na Ilha de São Vicente, onde estão as cidades de Santos e de São Vicente. A obra vai beneficiar o sistema de saneamento das duas cidades, mas em São Vicente, onde os índices de esgotamento sanitário são piores, o ganhos serão mais evidentes.

Hoje, 30% do esgoto coletado da cidade não é tratado e jogado in natura no mar e nos rios, o que prejudica a balneabilidade de algumas praias, como o Gonzaguinha, freqüentemente apontada como imprópria para banhos pela
Companhia Tecnológica de Saneamento Ambiental (Cetesb). “Ao final de 2011, todo o esgoto coletado será tratado e vamos devolver a balneabilidade para todas as nossas praias”, afirma o prefeito de São Vicente, Tércio Garcia.

O investimento na estação do José Menino faz parte do Programa Onda Limpa de Recuperação Ambiental, que prevê investimentos da ordem de R$ 1,23 bilhão em toda a Baixada Santista, com financiamento do Japan Bank for International Cooperation (JBIC) e a contrapartida da Sabesp. Em São Vicente, o programa também prevê ações como 4.700 ligações de esgotos na Vila Margarida, 4.097 no Bitaru e outras 2.964 no México 70.

O prefeito ressalta que os investimentos feitos na área da habitação, com a construção de casas populares em locais onde haviam moradias irregulares e ligações clandestinas de esgoto, também vão contribuir para melhorar os índices de saneamento.

Garcia avalia que, com os investimentos em saneamento, a cidade experimente um salto na qualidade de vida local. “Principalmente por causa do saneamento, Santos tem o 3º melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado de São Paulo, enquanto ocupamos a 172 º posição”, compara o prefeito.

Além de ganhos na saúde pública, Garcia destaca que a melhoria da qualidade das praias também deve incentivar o setor de turismo, atraindo um perfil de visitante com mais recursos para gastar na cidade. “Hoje não temos problemas em atrair visitantes, tanto que as praias ficam cheias nos feriados e finais de semana. Mas com a balneabilidade total das praias, podemos receber turistas mais qualificados”, diz Garcia, que espera também mais investimentos do setor privado na infra-estrutura turística de São Vicente. “Quanto o poder público faz a sua parte, o setor privado responde imediatamente”, espera o prefeito vicentino.

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