sexta-feira, 16 de julho de 2010

Diversificação da oferta aumenta faturamento de lan houses

Paulo Fortuna,
Para o Valor, de São Paulo

O microempresário Adriano Soares, de Barueri, na Grande São Paulo, transformou a sua lan house, a Net Point, numa prestadora de serviços de informática, o que aumentou em muito as chances de sucesso do negócio, aberto há um ano. Com formação na área de informática, ele oferece serviços como montagem de sites e ainda usa o espaço para executar trabalhos na área gráfica, como cartões de visita e logomarcas. Segundo ele, os R$ 15 mil investimentos para montar o estabelecimento, com 10 computadores, já foi recuperado.

Grande parte do clientela da Net Point é formada por usuários das redes sociais, que costumam freqüentar o estabelecimento principalmente no período noturno. “À noite, quando as pessoas já saíram do trabalho, as máquinas costumam ficar 100% ocupadas”, diz ele. Ele cobra R$ 1,50 por hora de acesso à internet.

Soares conta que muitos clientes também procuram o estabelecimento para realizar serviços como retirar a segunda via de boletos bancários. De acordo com ele, apenas uma parte dos seus clientes não tem computador em casa. “Tem gente que tem computador, mas não possui conexão de internet. Ou não tem como imprimir os documentos“, afirma.

Também especialista em informática, Sérgio Alves da Costa tem a lan house como porta de entrada dos serviços técnicos que oferece em sua loja localizada em Pinheiros, na capital paulista. Ao abrir o estabelecimento, há três anos, a lan house acabou ajudando a divulgar os seus serviços de manutenção de computadores e também da área gráfica, que hoje dividem a sua atenção com as 18 maquinas que funcionam na Digitec. “A lan house paga o aluguel”, resume ele, ao falar sobre o peso da área em seu negócio. Ele cobra R$ 3,00 por hora de uso do computador.

O público da lan house dirigida por Costa é formado basicamente por pessoas que trabalham no comércio da região, e, por isso, a grande concentração de usuários se dá no horário do almoço e no final da tarde, após o expediente. Mas, segundo ele, há clientes que acabam usando a lan house por meses seguidos, contando
com a ajuda de seus conhecimento do setor. “Fizerem daqui o seu escritório. Mas hoje eles já se viram sozinhos”, conta ele, lembrando que muitos acabaram mais tarde virando fregueses fiéis nas vendas e manutenção de máquinas.

A empresa responsável pela fornecimento dos equipamentos e de suporte para a Net Point, a Nocate, de Diadema, já montou cerca de 100 lan houses nos últimos cinco anos. O sócio-proprietário da empresa, Maurício Rentes, diz que o modelo de negócio está hoje concentrado nas classes C, D, E. Há dois anos, ele não monta lan houses voltadas para as classes A e B e os dois últimos estabelecimento do gênero, abertos em 2008, não prosperaram, principalmente por conta dos altos custos com o aluguel e com o desinteresse do seu público-alvo.

“Antigamente as pessoas procuraram a lan house porque não era possível jogar determinados games em rede com os computadores que haviam no mercado. Hoje, quem tem poder aquisitivo para comprar uma máquina mais potente pode jogar em casa tranquilamente”, explica Rentes. Por isso, acrescenta, é muito difícil
alguém focar hoje seu negócio em jogos.

O pacote mais barato oferecido pela Nocate custa R$ 10 mil, incluindo sete máquinas (um servidor e seis computadores) e todo o mobiliário necessário para montar o negócio. O mais caro, com 20 máquinas, custa R$ 20 mil. Esses valores pode ser financiados em até 24 parcelas, com taxa de juros de 3,5% ao mês.
A empresa também oferece um sistema de compra programada, em que o cliente paga os primeiros 12 meses, sem cobrança de juros, antes de receber os equipamentos. Os juros são cobrados após a 13º parcela.

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