sexta-feira, 11 de junho de 2010

Potencial de consumo aumenta mais no interior, aponta estudo

Levantamento da IPC Target mostra que, no Sudeste, são as faixas de renda mais alta que cresceram mais
11 de junho de 2010

Paulo Fortuna - Especial para O Estado de S.Paulo

O crescimento do potencial de consumo da população do interior da Região Sudeste superou a média nacional no período compreendido entre os anos de 2005 e 2010, conforme estudo da empresa IPC Target, divulgado no Fórum Estadão Regiões / Sudeste. No interior do Sudeste, cresceu 95,6%, enquanto nas áreas metropolitanas da região, o ritmo de aumento foi mais modesto, de 89%. Mesmo no restante País, o potencial de consumo teve alta de 95,5%.

O sócio e diretor geral da IPC Target, Marcos Pazzini, avalia que a diferença de comportamento na taxa de crescimento entre as áreas metropolitanas e o interior do Sudeste é causada principalmente pela tendência de migração dos investimentos, inclusive do setor industrial.

Ele lembra que os custos tendem a ser mais altos nas regiões metropolitanas, o que estimula a transferência de empresas e até de profissionais, também em busca de maior qualidade de vida. Além disso, destaca Pazzini, quase sempre há benefícios oferecidos pelas prefeituras, como incentivos fiscais e doações de terrenos, para atrair novos empreendimentos. "E a tendência é que o processo continue nos próximos anos", avalia.

Outra explicação para o crescimento mais acelerado do interior do Sudeste está na área do agronegócio. Conforme o estudo da Target, entre 2005 e 2010, o número de empresas no setor no Brasil cresceu 250,5%, ante 33,5% em média das companhias de todas as demais áreas.

Isoladamente, a quantidade de empresas do agronegócio no Sudeste teve alta de 338,1%. O número é ainda mais importante quando se leva em consideração somente as cidades do interior da Região (414,5%).

O levantamento da Target mostra outro diferencial da região: as faixas de renda mais alta, que têm maior potencial de consumo de produtos com maior valor agregado, tiveram crescimento mais acelerado. Na faixa B1, com renda de R$ 5.350, o alta foi de 150,6%. A média nacional ficou em 149,5%.

Também nesse caso o crescimento foi menor nas regiões metropolitanas (145,4%) do que no interior (158,9%). Nas regiões metropolitanas do Sudeste, o crescimento do potencial de consumo foi mais relevante nas faixas do topo da pirâmide de renda, A1 e A2.

Na média geral do Sudeste, a faixa A1 cresceu 35,3% ante 36,1% na média nacional. Nas áreas metropolitanas, a alta foi de 42%, enquanto o interior atingiu apenas 22,6%. Na A2, os números ficaram muito próximos no País (76,3%) e no geral do Sudeste (76,2%), enquanto, nas regiões metropolitanas, o índice foi de 79,3%. No interior, cresceu 71,3%.

O estudo da Target apontou que o crescimento da renda causou uma forte redução no País na classificação de consumo apontada como classe E, a mais baixa de todas. A queda foi de 32,7% entre 2005 e 2010. No Sudeste, onde os programas de transferência de renda não têm o mesmo impacto das regiões mais pobres, a redução foi de 23,1%.




Nenhum comentário:

Postar um comentário