quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Eficiência nas entregas

Por Paulo Fortuna
Para o Valor Setorial Franquias


O processo de modernização de suas franqueadas vai desempenhar um papel central nos planos dos Correios, companhia controlada pelo governo federal, para se manter como a principal empresa do setor de cargas e entregas  expressas do País. O desempenho das franquias se torna ainda mais relevante quando se leva em consideração que concorrentes do setor privado também adotam esse modelo para acelerar sua expansão no mercado brasileiro, como são os casos da JadLog e da Gollog.

Os Correios possuem 1.370 franquias, sendo que 810 foram licitadas no ano passado, e todas terão que operar dentro do novo modelo, que inclui sistema de automação de atendimento online com a empresa, imóveis compatíveis com a quantidade de guichês, mobiliários e equipamentos adequados aos padrões estabelecidos..

 As franquias têm até dia 30 de setembro para iniciarem a conversão e tem prazo de 12 meses para se adaptarem às novas regras. De acordo com vice-presidente de Rede e Relacionamento com os Clientes da estatal, Glória Guimarães, objetivo é que todas as unidades operem dentro do padrão de eficiência planejado pela companhia.

O funcionamento das novas unidades atende determinação legal. De acordo com as regras, os proprietários que assinarem o contrato e cumprirem as condições estabelecidas poderão abrir as novas lojas em até cinco dias após a verificação da empresa. Até o momento, 231 franqueados já estão operando no novo modelo.

“A iniciativa vai ao encontro das políticas de modernização dos Correios, promovendo a universalização e melhoria do atendimento ao público”, diz elel.  executiva adianta que os Correios podem continua a expandir a área de franquias, com uma nova rodada de licitações já no ano que vem.

A diretora avalia a empresa tem condições de se manter altamente competitiva no mercado, mesmo nas áreas em que a iniciativa privada tem forte presença. “Não há qualquer empresa no mercado brasileiro com a nossa capilaridade, já que estamos presentes em todas as cidades do País”, afirma Gloria Guimarães. No total, são 6.400 unidades dos Correios espalhadas em todas as regiões do País.

A Gollog, braço da Gol na área de cargas, tem entre seus grandes alicerces justamente a sua rede de franqueados.  “Dos nossos 110 terminais, somente dois, localizados em Congonhas e Guarulhos, são próprios”, conta o diretor de Cargas da Gol, Carlos Figueiredo. De acordo com ele, 75% do faturamento desta área vem hoje das unidades franqueadas.

Conforme Guimarães, uma vantagem competitiva da empresa nas operações de carga é a utilização dos espaços disponíveis de toda a frota da Gol, já que a empresa não possui aeronaves específicas para esta área.  “A rede conta a regularidade e a frequência dos voos nacionais e internacionais da Gol, com cerca de 800 voos diários. Além disso, temos um serviço de porta a porta de entregas que chega a 3.500 municípios do País”, diz o diretor da Gollog.

De acordo com o executivo, o perfil dos clientes atendidos pela Gollog – 95% são da área corporativa – exige que os franqueados da marca tenham grande conhecimento mercado em que atuam. “Não é o tipo de franquia em que o proprietário monta a loja e espera os clientes chegarem. Como atendemos principalmente empresas, o franqueado tem que ser pró-ativo no mercado”, explica.

De acordo com ele, a marca Gol é um grande fator de atratividade para os interessados em adquirir uma franquia da marca. “Tivemos 2 mil acessos de candidatos a franqueados da Gollog que chegaram a nós através do site da Gol”, afirma o executivo. Em junho deste ano, a Gollog participou pela primeira vez da feira de negócios promovida pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) e, segundo Figueiredo, 300 candidatos visitaram o estande da marca.

A expectativa da Gollog é fechar o ano com 130 franquias, com foco de crescimento principalmente na região Sudeste. De acordo com Figueiredo, o negócio de cargas e encomendas da Gol vem crescendo ano a ano. “De 2009 para 2010, a alta foi de 32% e no ano passado atingiu 18%”, afirmou ele. Segundo o executivo, o crescimento no volume foi de 10% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. “A expectativa é que, com a redução dos estoques das indústrias e o aquecimento da economia, o setor continua a crescer em 2012”, diz ele.

A JadLog, empresa especializada em cargas fracionadas, também aposta no fator capilaridade para continuar a se destacar no mercado brasileiro. Conforme o diretor da JadLog, Ronan Hudson, a companhia possui  492 unidades espalhadas em todas as regiões do País e pretende atingir 500 até o final deste ano. A JadLog faturou R$ 264 milhões no ano passado e a expectativa de crescimento da receita é de 22% em 2012.

 A JadLog possui frota aérea composta por 31 aviões de 1,5 toneladas de capacidade. A frota terrestre nacional abrange mais de 200 caminhões e carretas e 1.600 utilitários, além de aproximadamente 1.100 veículos de franqueados. De acordo com Hudson, a JadLog ainda tem acordos com empresas internacionais, como UPS e DHL, para operações de carga fora do território brasileiro.

Outro diferencial é a utilização da tecnologia. A Jadlog  usa a ferramenta ScanFraction, um sistema de rastreamento através da digitalização das imagens, o comprovante de entrega da encomenda, incluindo a assinatura do destinatário, dando assim segurança ao cliente de que os produtos foram entregues pontualmente.

A JadLog  também utiliza a ferramenta “Baixa de Entrega On Time”, pela qual o entregador, via aparelho de telefonia móvel e de transferência de dados pela internet, abastece de forma imediata o sistema da empresa com a informação da entrega da encomenda. Segundo ele, o modelo desenvolvido pela empresa prevê uma flexibilidade nas operações das executadas. ”Podemos customizar o nosso sistema de acordo com o perfil das operações do franqueado’, diz ele.

A experiência adquirida por Hudson no setor foi importante para a expansão das operações. Ele foi executivo da Vaspex, que era o braço no setor da extinta companhia aérea Vasp. Hudson lembra que a Vaspex, diferentemente da companhia controladora, apresentava bons resultados, mas foi afetada pela crise do grupo. O mesmo ocorreu, de acordo com Hudson, com a VarigLog, também prejudicada pelos problemas financeiros da Varig.  

“Trouxemos muitos franqueados que eram da VarigLog e estavam desassistidos”, conta Hudson. De acordo com Hudson, cerca de 40% dos franqueados da marca já trabalhavam em alguma atividade ligada ao segmento, em especial no modal de transporte, lembrando a importância de conhecer este mercado.

   
http://www.revistavalor.com.br/home.aspx?pub=68&edicao=1
 

 

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